Divisões temáticas: a comunicação sob um viés artístico

Camille Perissé

O primeiro dia do Intercom Sudeste 2009 começou com muitas atividades. De manhã, houve exposição de trabalhos do Expocom e, de tarde, todas as salas foram ocupadas com as Divisões temáticas ou com Intercom Jr. – exposições de pesquisa dos graduandos. Pelo menos sobre a área artística, as DTs já contaram com duas sessões, cujo tema mais quente era as novas tendências das artes no mundo digital. Confira:


Sessão 5: Comunicação multimídia (coordenado pela artista Fernanda Gomes)

Flávia Campos Junqueira (FJF) comenta sobre a interatividade da arte contemporânea e como isso pode ser explorado com as novas mídias. Brasileiros famosos foram citados por serem pioneiros nessa tendência artística como Hélio Oiticica e Lígia Clark.

O trabalho de Diana Domingues, em que um robô em forma de cobra, com a propriedade de controle remoto, é colocado no serpentário do Museu de Ciências Naturais da Universidade de Caxias do Sul. Uma microcâmera inserida no corpo da cobra permite que participantes situados em qualquer parte do globo, pela Web, compartilhem a visão do animal, e experimentem conviver com as cobras reais do serpentário.

Júlia Pessôa Varges fala sobre a convergência entre mundos virtuais e sites de relacionamentos. "Second Life", "Kaneva", plataformas que possuem "avatares" e mudam os hábitos dos usuários. O virtual deixa de ser secundário. No Second Life, é possível que seu avatar contribua com uma instituição, sendo o valor descontado no cartão de crédito do usuário na vida real. "A hipermídia potencializa a realidade virtual", diz a pesquisadora. Plataformas como orkut tentam inovar e incorporam os avatares em seu site (Buddypoke). A tendência é convergir tudo no mesmo site (chat, avatar, mapas como google earth).

A sala era pequena, mas os participantes estavam interessados e, ao final, houve uma discussão sobre o objetivo desses sites ao convergirem. Um participante levantou a hipótese de o objetivo ser comercial, no intuito de o usuário despender cada vez mais tempo nesses sites.


Sessão 17: Comunicação audiovisual

Assim como a sessão 5, Raquel Timponi, da ECO, também fechou sua apresentação com o tema do impacto tecnológico, dessa vez na percepção cinematográfica. Raquel observa que os diversos gêneros cinematográficos estão mais mesclados e seguem, hoje em dia, uma narrativa não-linear. A sessão foi bem específica no setor cinematográfico, atraindo mais os interessados em audiovisual, que ficaram satisfeitos. O debate aconteceu no auditório da extensão do CFCH e contou com cerca de 30 participantes.

Apenas no final abriu-se espaço para perguntas e debate, o que gerou uma certa insatisfação nos participantes, que acabaram perguntando mais sobre os últimos temas. Entre outros assuntos, foram discutidas as novas interpretações na montagem dos filmes, principalmente nas adaptações de livros.

“É difícil adaptar um romance moderno sob uma perspectiva cinematográfica moderna, hoje chamada de alternativa”, defendeu Roberta Giannini, professora da PUC-Rio. “O filme pode não ter muita verossimilhança e as pessoas não compreenderem”. De acordo com a professora, o ideal é que, em sua adaptação, o diretor coloque um tom de criatividade, para que as pessoas não achem o "livro melhor que o filme". São mídias diferentes, com abordagens diferentes.