por Hanna Carvalho e Ricardo Porto
O pré-evento do Intercom Sudeste 2009, o seminário “O que ameaça a liberdade de imprensa no Brasil? E quem a imprensa ameaça?”, aconteceu nesta quarta-feira, dia 06, fno Fórum de Ciência e Cultura do campus da Praia Vermelha da UFRJ. O Ministro da Secretaria de Comunicação Social, Franklin Martins, a jornalista Elvira Donato e o cientista político Guilherme Canela (UNESCO), entre outros, discutiram a questão da liberdade de imprensa no Brasil. A revogação da Lei de Imprensa, o projeto de extinção do diploma de jornalista, o direito de resposta e a briga judicial entre a Igreja Universal e a Folha de São Paulo foram alguns dos temas discutidos pelos participantes.
A mesa, mediada pelo desembargador Siro Darlan, começou com o discurso de Canela. Segundo ele, em uma democracia mais consolidada, como seria o caso da brasileira, as pessoas tendem a esquecer a gravidade de qualquer tipo de intervenção à liberdade. Para exemplificar o que ele chamou de abusos da imprensa, Canela citou casos conhecidos, como o da Escola Base e o da menina Isabella.
Júlio César Pompeu, professor da UFES (Universidade Federal do Espírito Santo), arrancou risos da plateia ao questionar a existência de uma sociedade homogênea e a definição de mídia como um “quarto poder”.
“Quem vamos sacanear hoje? Se não sacanear, não temos matéria!”, alfinetou Pompeu ao explicar como os jornalistas são pautados hoje.
Sem se pronunciar sobre as “piadinhas” do seu colega de mesa, Elvira Lobato, da Folha de São Paulo, explicou a origem da briga judicial entre o jornal e a Igreja Universal, que acrediita ser um caso de cerceamento da liberdade da imprensa. Suas reportagens sobre a igreja provocaram uma série de denúncias e ainda hoje ela responde por ações na Justiça, que, segundo ela, são feitas com o objetivo de castigar e intimidar o jornalista.
Sem o intervalo planejado, por conta da falta de tempo, o debate continuou com a fala de Gustavo Gindre, do Intervozes. Ao afirmar que o maior vendedora de livros hoje é a Avon, o estudioso criticou o baixo grau de leitura nos dias de hoje.
“Informação na internet é que nem xixi na piscina – depois que entra, não tem mais como tirar”, comparou Gindre, que foi fortemente aplaudido pelo público.
O esquema de perguntas da plateia, entretanto, sofreu com falhas de organização e alguns espectadores ficaram sem seus questionamentos respondidos. O fato de várias perguntas diferentes, algumas delas extensas, serem respondidas juntas, fez com que os palestrantes escolhessem responder aquelas que lhes pareciam mais interessantes.
Como bem disse Siro Darlan, só faltava então o Grand Finale: o discurso de Franklin Martins. O atraso do jornalista foi rapidamente compensado por sua fala. Ele assumiu a mesa falando sobre a liberdade de imprensa, suas ameaças e limitações, as mudanças que ocorreram na profissão com o passar dos anos e a Internet como meio de comunicação.
“A Internet tem o papel de grilo falante para o jornal: incomoda mesmo, reclama, critica... Lá dá pra caluniar de graça!”, disse Franklin.
Com muitos flashes à sua volta, o jovem que foi curiosamente expulso da Escola de Comunicação da UFRJ, hoje Ministro, deu quase uma aula sobre a importância de se respeitar o público.
"Não existe crítico mais severo do que o leitor, o telespectador, o ouvinte”, afirmou.
Acreditando que seja melhor conviver com os excessos e deixar que a sociedade regulamente a imprensa, Franklin deixou o auditório sem esquecer de ressaltar o grande caldeirão de disputas e tensões que é uma redação, a internet e o meio jornalístico em geral.
A mesa, mediada pelo desembargador Siro Darlan, começou com o discurso de Canela. Segundo ele, em uma democracia mais consolidada, como seria o caso da brasileira, as pessoas tendem a esquecer a gravidade de qualquer tipo de intervenção à liberdade. Para exemplificar o que ele chamou de abusos da imprensa, Canela citou casos conhecidos, como o da Escola Base e o da menina Isabella.
Júlio César Pompeu, professor da UFES (Universidade Federal do Espírito Santo), arrancou risos da plateia ao questionar a existência de uma sociedade homogênea e a definição de mídia como um “quarto poder”.
“Quem vamos sacanear hoje? Se não sacanear, não temos matéria!”, alfinetou Pompeu ao explicar como os jornalistas são pautados hoje.
Sem se pronunciar sobre as “piadinhas” do seu colega de mesa, Elvira Lobato, da Folha de São Paulo, explicou a origem da briga judicial entre o jornal e a Igreja Universal, que acrediita ser um caso de cerceamento da liberdade da imprensa. Suas reportagens sobre a igreja provocaram uma série de denúncias e ainda hoje ela responde por ações na Justiça, que, segundo ela, são feitas com o objetivo de castigar e intimidar o jornalista.
Sem o intervalo planejado, por conta da falta de tempo, o debate continuou com a fala de Gustavo Gindre, do Intervozes. Ao afirmar que o maior vendedora de livros hoje é a Avon, o estudioso criticou o baixo grau de leitura nos dias de hoje.
“Informação na internet é que nem xixi na piscina – depois que entra, não tem mais como tirar”, comparou Gindre, que foi fortemente aplaudido pelo público.
O esquema de perguntas da plateia, entretanto, sofreu com falhas de organização e alguns espectadores ficaram sem seus questionamentos respondidos. O fato de várias perguntas diferentes, algumas delas extensas, serem respondidas juntas, fez com que os palestrantes escolhessem responder aquelas que lhes pareciam mais interessantes.
Como bem disse Siro Darlan, só faltava então o Grand Finale: o discurso de Franklin Martins. O atraso do jornalista foi rapidamente compensado por sua fala. Ele assumiu a mesa falando sobre a liberdade de imprensa, suas ameaças e limitações, as mudanças que ocorreram na profissão com o passar dos anos e a Internet como meio de comunicação.
“A Internet tem o papel de grilo falante para o jornal: incomoda mesmo, reclama, critica... Lá dá pra caluniar de graça!”, disse Franklin.
Com muitos flashes à sua volta, o jovem que foi curiosamente expulso da Escola de Comunicação da UFRJ, hoje Ministro, deu quase uma aula sobre a importância de se respeitar o público.
"Não existe crítico mais severo do que o leitor, o telespectador, o ouvinte”, afirmou.
Acreditando que seja melhor conviver com os excessos e deixar que a sociedade regulamente a imprensa, Franklin deixou o auditório sem esquecer de ressaltar o grande caldeirão de disputas e tensões que é uma redação, a internet e o meio jornalístico em geral.